paz interior

Há uns dias li um livro sobre culturas orientais que dizia: “O caminho para conseguir a paz interior reside em acabar as coisas que começamos”.
Depois de um longo período de reflexão, pensei: “Pode ser que seja verdade…”
Olhei à minha volta e vi todas as coisas que tinha iniciado e continuavam inacabadas…
… Assim, hoje pus mãos à obra e terminei: uma garrafa de Jack Daniel’s, uma de vinho tinto, uma de vodka Moskovskaya e um pack de Heineken.
Nem imaginas como me sinto melhor!

paz interior

conselhos para a utilização de CD’s

Os CD’s devem ser limpos e lavados pelo menos uma vez por semana. As partículas microscópicas de poeira que se vão acumulando na sua superfície devem ser periodicamente removidas. Se tal não acontecer, o raio laser não consegue chegar à informação e é devolvido ao ponto de partida queimando a fonte emissora. Estão documentados vários casos de leitores que derreteram e se incendiaram devido ao sobreaquecimento provocado pelo bloqueio do raio.

Para uma boa limpeza, pode utilizar um bom detergente lava-loiça e esfregar os CD’s com sabão Pedra-Pomes. Deve prestar especial atenção ao detergente. Nada de usar um daqueles baratos da loja dos chineses. É sempre preferível gastar mais uns euros e ficar precavido contra perdas de informação. Já imaginou que pode perder todas as fotos eróticas e os vídeos xungas que descarrega da Internet só porque resolveu poupar cinquenta cêntimos? É melhor não arriscar. E até os seus amigos irão notar que os pratos estarão mais limpos!

Caso se trate de um DVD, deverá substituir o detergente por um bom champô anti-caspa. Se não conseguir arranjar um, pode, mas só como último recurso, utilizar um champô de camomila para cabelos oleosos. Se o DVD for de dupla camada (Double-Layer), deverá utilizar um champô 2 em 1. Um indivíduo de Parvalhais da Serra lavou um DVD double-layer com uma espuma de banho barata e quando ligou o leitor ao televisor, o DVD apoderou-se da frequência da emissão televisiva, canalizando toda a informação directamente para a cabeça de leitura, o que provocou um conflito com o laser leitor levando à explosão do aparelho. Como estava na cozinha, sofreu somente uma pequena luxação no ombro esquerdo ao ser atingido pelo telecomando. O cão é que teve menos sorte e ficou pendurado por uma orelha, preso no trinco da janela do sétimo andar, mas com uma bela vista para o pinhal.

Tem de ter um especial cuidado ao manusear a pedra-pomes. NÃO faça movimentos verticais nem horizontais. A limpeza deve ser feita em círculos, partindo do centro e no sentido contrário ao dos ponteiros do relógio. Isto é muito importante. Caso comece a partir da borda exterior, a informação irá ficar invertida e irá precisar de um espelho ao lado do ecrã para a poder ler correctamente.

Poderá, também, ter necessidade de utilizar um prego para limpar as estrias do CD, especialmente se ele estiver muito sujo. Para os DVD’s deve prestar especial atenção ao tipo de prego. Terá de ser de aço, com um máximo de um milímetro de espessura. Tratando-se de um disco Blu-Ray, a coisa é mais complicada. Devido à alta densidade do armazenamento da informação, deverá utilizar uma agulha para fazer esta limpeza. A Sony colocou um mecanismo de controlo nestes discos, pelo que se o limpar com um prego em vez de uma agulha, o disco deixará de funcionar na PS3. E, caso seja de dupla camada, deixará mesmo de funcionar nos leitores da Samsung e nos da LG. Não há estatísticas disponíveis para as restantes marcas.

Ao contrário do que muitos utilizadores pensam, os CD’s não podem ser copiados numa fotocopiadora. Se precisar de salvaguardar os seus dados, simplesmente insira dois (2) CD’s na ranhura. Utilize um martelo de madeira se tiver dificuldade em introduzi-los. Assim, sempre que gravar um documento para o CD, os dados ficarão gravados em ambos.

Nunca deixe os CD’s na drive quando terminar o seu dia de trabalho, pois os dados podem escorrer para fora e corromper os mecanismos internos. Os CD’s devem ser sempre rebobinadas e guardadas num ambiente frio (aconselha-se a compra de uma arca congeladora).

Nunca insira um CD virada para baixo. Os dados podem cair da superfície do mesmo e encravar os intrincados mecanismos do leitor.

Não dobre os CD’s, a não ser que estes não caibam na caixa de armazenamento. Mas nunca as dobre em três, pois isso resultaria na criação de um CD de tripla densidade… e toda a gente sabe que as drives de tripla densidade estão obsoletas…

Periodicamente deve pulverizar os CD’s com spray insecticida para prevenir o aparecimento de bug’s e vírus, embora para estes últimos se aconselhe uma solução de água, duas aspirinas e açúcar, deixando os CD’s mergulhadas neste banho durante pelo menos 24 horas (em alternativa pode utilizar Aspergic, dispensando o açúcar).

Se o CD estiver cheio e precisar de mais espaço para guardar os seus dados, remova-o da drive e sacuda-o vigorosamente durante aproximadamente 3 minutos. Quando acabar, agite-o durante mais 2 minutos. Este procedimento irá compactar os dados (data compression) permitindo mais espaço para novos documentos. Não se esqueça de tapar a entrada da drive com fita adesiva para prevenir que os dados do seu PC saiam enquanto faz esta compressão.

Em caso de dúvida em relação a estes procedimentos escreva para a revista Maria a relatar os seus problemas.

limpar cd

joão estava farto da vida

Um dia resolveu enforcar-se numa árvore. Mas esta estava tão seca, mas tão seca, que o ramo partiu-se!
Depois, João atirou-se para a frente de um camião. Nada. O gajo travou a tempo!
Tentou com uma pistola. Encravou.
Pediu ajuda a um amigo. O amigo recusou.
Experimentou com veneno. Estava fora do prazo, ganhou uma diarreia tremenda.
Estava desesperado, tinha de encontrar uma solução infalível.
Ligou a televisão. Estava a dar um programa desportivo. “Já sei”, pensou.
Saiu, entrou no automóvel, e conduziu em direcção ao norte.
Chegou ao seu destino final. Num dia de jogo no estádio do Dragão a agitação era geral.
João foi-se entranhando na multidão, no meio da claque dos Super Dragões.
Quando estava bem no centro, gritou com toda a força que lhe restava:
QUERO QUE O PORTO SE FODA!!!
Descanse em paz!
O enterro é amanhã, às 15.30, na igreja da Luz.

os três porquinhos e o lobo mau (contada por um engenheiro)

O filho quer dormir e pede ao pai (engenheiro) para contar uma história e ele conta a dos três porquinhos.
Meu Filho, era uma vez três porquinhos (P1, P2 e P3) e um Lobo Mau, por definição, LM, que vivia para os atormentar.
P1 era esperto, estudava Engenharia Electrotécnica e já era formado em Engenharia Civil.
P2 era arquitecto e vivia em fúteis devaneios estéticos absolutamente desprovidos de cálculos rigorosos.
P3 estudava Comunicação e Expressão Visual.
LM, na Escala Oficial da Medição da Maldade (EOMM) era Mau nível 8,75 (arredondado a partir da 3ª casa decimal para cima). LM também era um grande investidor imobiliário sem escrúpulos e cobiçava a propriedade que pertencia aos Pn (onde “n” é um número natural e varia entre 1 e 3), visto que o terreno era de boa conformidade geológica e configuração topográfica, localizado próximo do ex-futuro aeroporto de Alcochete.
Mas nesse promissor perímetro P1 construiu uma casa de tijolos, sensata e logicamente planeada, toda protegida e com mecanismos automáticos.
Já P2 montou uma casa de blocos articulados feitos de mogno que mais parecia um castelo lego tresloucado.
Enquanto P3 planeou no Autocad e montou ele mesmo, com barbantes e poliestireno como fundamentos, uma cabana de palha com teto solar, e achava aquilo “o máximo”.
Um dia, LM foi até à propriedade dos suínos e disse, encontrando P3:
“Uahahhahaha, corra, P3, porque vou gritar, e vou berrar e chamar o Conselho de Engenharia Civil para denunciar a tua casa de palha projectada por um formando em Comunicação e Expressão Visual! ”
Ao ouvir isto, P3 correu para sua amada cabana, mas quando lá chegou já os fiscais do Conselho tinham deitado tudo abaixo. Então P3 correu para a casa de P2. E ao chegar lá encontrou LM à porta, a bater com força e a berrar:
“Abre esta porta, P2, ou vou gritar, gritar e berrar e chamar a Greenpeace, para denunciar que tu usaste madeira nobre de áreas não-reflorestadas e areia de praia para misturar no cimento.”
Antes que P2 alcançasse a porta, esta foi deitada abaixo por uma multidão ensandecida de eco-chatos que invadiram o ambiente, vandalizaram tudo e ocuparam os destroços, pixando e entoando palavras de ordem.
P3 e P2 correm para a casa de P1. Quando chegaram à casa de P1, este recebeu-os e os dois caíram ofegantes na sala de entrada.
P1: O que é que aconteceu?
P2: LM, lobo mau por definição, nível 8.75, destruiu nossas casas e desapropriou os terrenos.
P3: Não temos para onde ir. E agora, o que é que eu vou fazer? Sou apenas um formando em Comunicação e Expressão Visual!
Tum-tum-tum-tum-tuuummm!!!! (isto é somente uma simulação das batidas na porta, meu filho! o som correcto não é este.)
LM: P1, abre esta porta e assina este contrato de transferência de posse do imóvel, ou eu vou gritar e berrar e chamar os fiscais do Conselho de Engenharia! E se for preciso até chamo os gajos da ASAE!
Como P1 não abria (apesar da insistência covarde do porco arquitecto e do…do… comunicador e expressivo visual) LM chamou os fiscais e os gajos da ASAE, e estes fizeram testes de robustez do projecto, inspecções sanitárias, projecções geomorfológicas, exames de agentes físico-estressores, cálculos com muitos integrais, matrizes, e geometria analítica avançada. E não encontraram nada de errado. Então LM gritou e gritou e berrou ainda mais, e vieram os gajos da Greenpeace, mas todo o projecto e implementação da casa de P1 era ecologicamente correcto.
Cansado e esbaforido, o vilão lupino resolveu agir de forma irracional (porém super-comum nos contos de fadas): ele pessoalmente escalou a casa de P1 pela parede, subiu até à chaminé e resolveu entrar por esta para invadir a casa.
Mas quando saltou para dentro da chaminé, um dispositivo mecatrónico instalado por P1 captou a sua presença por um sensor térmico e activou uma catapulta que impulsionou com uma força de 33.300 N (Newtons) LM para cima.
Este subiu aos céus, numa trajectória parabólica estreita, alcançando o vértice, onde a sua velocidade chegou a zero, a 200 metros do chão.
Agora, meu filho, antes que tu mergulhes num sono repousado e o pai te cubra com este edredão macio e quente, admitindo que a gravidade vale 9,8 m/s² e que um lobo adulto médio pesa 60 kg, calcula:
a) o deslocamento no eixo “x”, tomando como referencial a chaminé.
b) a velocidade de queda de LM quando este tocou o chão e
c) o susto que o Lobo Mau apanhou, num gráfico lógico que varia do 0 (repouso) ao 9 (ataque histérico).

Three-little-pigs-on-a-fa-001

mercado de acções

Certo dia, numa aldeia do interior, apareceu um homem anunciando aos aldeões que compraria burros por 100€ cada. Os aldeões, sabendo que havia muitos burros selvagens na região, iniciaram a caça aos ditos. O homem comprou centenas de burros a 100€ e então os aldeões diminuíram a caça. Mas o homem anunciou que passaria a pagar 200€ por cada burro. Os aldeões renovaram os seus esforços e foram novamente à caça.
Os burros começaram a escassear cada vez mais e os aldeões a desistir da busca. A oferta aumentou para 250€ e a quantidade de burros ficou tão pequena que deixou de haver interesse na caça.
O homem anunciou, então, que compraria cada burro por 500€! Como tinha de ir à cidade, deixaria o seu assistente a cuidar da compra dos burros.
Na ausência do homem, o assistente disse aos aldeões: “Estão a ver todos estes burros que o homem vos comprou?  Eu posso vendê-los por 350€ a vocês e quando o homem voltar da cidade, vocês podem vender-lhos por 500€ cada.”
Os aldeões, espertos, pegaram em todas as suas economias e compraram todos os burros ao assistente.
E nunca mais viram o homem ou seu assistente, somente burros por todos os lados.
Agora já deves ter percebido como é que funciona o mercado de acções!

a multiplicação: o sistema japonês

Vou tentar explicar como fazer multiplicações utilizando o método japonês. É bastante simples e muito interessante, pelo menos para mim! 🙂

Vejamos então como funciona:

Para cada um dos operadores, desenha um número correspondente de linhas. Um operador em linhas verticais e o outro em linhas horizontais. Agrupa as linhas de acordo com o “valor” de cada dígito. Por exemplo: para “2”, desenha duas linhas; para “315”, desenha um conjunto de três linhas, um conjunto de uma linha e um conjunto de cinco linhas. Algo do género:

2_315

Faz o mesmo para o outro operador, mas agora com linhas horizontais. As linhas dos operadores devem ficar sobrepostas. Por exemplo, se quiséssemos fazer a multiplicação 23×17 teríamos algo do género:

23x17

Como para (quase) tudo há regras, aqui também tem de as haver. Mas são muito simples:

1- Contámos o número de vezes que as linhas se cruzam;

2- Se houver mais de um grupo de cruzamentos, começamos por contar, em diagonal, do canto inferior direito para o canto superior esquerdo;

3- Se o resultado de uma soma for superior a 9, guardámos o dígito da direita e juntamos o da esquerda à soma da diagonal seguinte;

Simples, não é? Vejamos alguns exemplos:

i1a

Deves ter em atenção o zero. Não desenhas a linha, mas tens de somar a sua intersecção, que no caso dará um resultado “0”. O exemplo a seguir mostra-te não só como lidar com o zero, como também o “esquema” das diagonais. Começas por somar o número de cruzamentos dos últimos dígitos, ou seja: o canto inferior direito, a vermelho. Neste caso temos zero cruzamentos pelo que guardamos o “0”. Passámos à diagonal seguinte, a verde. Neste caso também temos zero cruzamentos. Guardamos também este “0” e passámos a ter “00”. Vamos agora à diagonal seguinte que no exemplo corresponde ao primeiro bloco, a azul. Temos um cruzamento pelo que vamos guardar o “1”. Se o juntarmos ao que já tínhamos, passámos a ter “100”:

i2

Agora alguns exemplos mais complexos. No próximo vamos multiplicar 23 por 14.

Na diagonal mais à direita (o grupo inferior direito) temos 12 cruzamento. Guardamos o 2 e passámos o 1 para a soma seguinte. Na diagonal seguinte temos: 8+3, o que dá 11. Juntando o 1 que vem da diagonal anterior, temos 12. Guardamos o 2 e passámos o 1 para a soma seguinte. Aqui temos dois cruzamentos, aos quais vamos juntar o 1 que trazíamos da operação anterior, o que dá 3. Passamos a ter guardados os valores: 3, 2 e 2. o resultado final é, portanto, 322. 23×14=322.

i3

Segue o mesmo raciocínio para a operação seguinte: 63×437. Temos mais uma diagonal, mas o processo é o mesmo.

i4

Ou um ainda mais complexo: 524×4373

i5

Não importa o número de dígitos dos operadores, o processo é sempre o mesmo. Podes efectuar qualquer multiplicação. Deixa o teu comentário. Como comecei por dizer, este é um sistema japonês. Brevemente irei explicar outros sistemas.